terça-feira, 18 de outubro de 2011

MÍDIA: UM CICLO VICIOSO

Uma população grande tal como a brasileira, sempre exigiu instrumentos de manipulação em massa que criassem, em conjunto, uma cultura nacional firme, bem como um comportamento uniformizado para essa. A mídia é instrumento que mais atende a essas necessidades: jornais, revistas, televisão, internet... Todos meios de difundir informações que contribuem para essa criação da identidade nacional.

É certo colocar que a censura durante grande parte dos períodos históricos do país tentaram alienar a população de forma exagerada dando a entender que, o objetivo do governo, era tirar das pessoas o sentimento individualista e revolucionário, seria reprogramá-las para obedecer e agir de acordo com que os “superiores” dissessem, sem questionamentos. Em outras palavras, a impressão causada é que se procurava impedir às pessoas de terem suas opiniões próprias.

 Getúlio Vargas que procurava se inspirar nas propagandas do governo fascista de Mussolini e, conseguiu com êxito, utilizando da ajuda de veículos de informação - como o rádio - fazer um marketing tanto pessoal como de seu governo. Discursos bem articulados, textos bem escritos e imagens que remetem a um padrão bem aceito pela sociedade são algumas das estratégias que Vargas usou e que, até hoje, comerciais procuram usar.

A mídia impressa durante anos foi, muitas vezes, vista e criticada como uma inimiga do governo. Jornais como o “Manchete” traziam consigo a expressão de cidadãos críticos prontos para enfrentarem o que fosse em prol do bem estar social ou individual. Fazendo o uso deste veiculo , é certo que rebeliões, revoltas e algumas confusões entre governo e população fossem incentivadas ou criadas porque, com este tipo de mídia, as pessoas eram incentivadas a pensar;criticar.

Com a chegada da mídia televisionada, comerciais e métodos de alienação ficaram menos explícitos dando lugar a um jogo criativo de imagens, narrações e atitudes de personagens fictícios ou não que remetem ao cotidiano de alguém normal: problemas, alegrias, desejos... Os exemplos perfeitos seriam, talvez, as telenovelas - com destaque especial para a Globo. Os personagens são geralmente o tipo de pessoa que o “sistema” deseja que qualquer um seja: classe média, saudável, bonito, dedicado ao trabalho e à família de modo que, tampouco, resta-lhes tempo para questionar situações políticas, econômicas ou sociais da nação.

É importante a colocação dos comerciais como o símbolo quase perfeito da situação em que o Brasil se encontra: o capitalismo selvagem e todos os problemas pessoais gerados pelo estresse de uma vida mais corrida e competitiva, a luta para chegar aos padrões de beleza aceitos pela sociedade – e os problemas por esta gerados como a anorexia e a bulimia-, dentre inúmeros outros. Essas propagandas fazem referência ao estilo de vida no qual todos devem tentar se encaixar: deve-se ter as melhores roupas, notas, trabalho, faculdade, etc. E, acima de tudo, os reforçar.

Comerciais à parte, programas como  Big Brother Brasil e atuais programas infanto-juvenis colocam as crianças desta nova geração numa situação de amadurecimento prematuro. A tão chamada de Erotização Infantil vem sendo cada vez mais incentivada de forma implícita pela mídia brasileira e mundial com programas como “Hannah Montana”, onde a personagem principal não passa desde a primeira temporada de uma garota que mente para todos e, quando não sustentando essa mentira incentivada pelo pai, está interessada somente por garotos e roupas. A geração Disney –atual- segue exatamente a estes exemplos desvirtuados fazendo com que crianças entre 8 e 14 anos preocupem-se tanto em serem “uma estrela” como sua ídola que acabam por se envolverem em problemas de saúde ou familiares sérios (como desordens alimentares ou falta de dinheiro para sustentarem uma vida de luxos).

Os valores mudam de acordo com os desejos governamentais. Se preferirem que a juventude cresça mais cedo, para que haja a criação de um mercado de trabalho mais preparado e, portanto, eficiente, o fariam. Acredita-se que é este o caso e ,que por causa dos fatores externos mencionados, isso não mudaria tão cedo porque a população já está acostumada com sua alienação. É difícil encontrar quem não assista à televisão e, principalmente, em famílias com renda mais baixa isso surte grande efeito devido à falta de canais fechados. A falta de opções de programação faz dessas pessoas os fantoches perfeitos do governo. Se assistem uma telenovela da Globo e vêem um bom emprego, trabalharão mais eficientemente para se equipararem àquele personagem em busca de uma utopia. Quanto mais alienado a população é mais obedece a mídia que gera mais alienação a transformando em um grande ciclo vicioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário